quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Príncipe de Pérsia: The Sands of Time

Eu, como de praxe tenho uma tendência considerável de ao começar qualquer filme ou série, duvidar de sua capacidade de surpreender o público, principalmente a mim mesmo (quem já leu minhas “obras” sabem [entretanto, não acredito que haja alguém que aguente ler minhas opiniões]).

Mas mais uma vez fui surpreendido, muito bom. Realmente, eu gostei bastante do resultado final dessa incrível produção. Talvez neste caso, eu nem tenha duvidado tanto. Isso devido de eu já gostar do game, e ser um quase fã (nem sei como isso acontece).prince-of-persia-sands-of-time

Um pouco apagado, aliás, muito prejudicado pela SUPER/MEGA/HIPER pré-estréia mundial de Eclipse. O que chega ser até uma piada, de muito mal gosto por sinal. Deste jeito, Prince of Persia, originalmente, obteve um fracasso no fator bilheteria.

Obviamente, isso não interfere no enredo da aventura, dirigida por Mike Newell, que é muito bem bolada, assim como os efeitos especiais empolgantes, agilidade dos personagens apuradas, e uma fotografia ótima, evitando assim, aquelas cenas fakes, quando há escalagens onde quer que seja ou algo semelhante em filmes.

Jake Gyllenhaal que já vem me cativando, principalmente depois de Brothers, fez mais uma atuação ótima, na verdade quero dizer algo mais que ótimo, mas não excelente. Exibindo sua forma física, que parecia estar no auge, ou não, não sei, prefiro não acompanhar preparos físicos, muito menos beleza de atores. Deixo isso para as garotas, ou mesmo pro Henrique.

Na verdade quem me encanta é Gemma Arterton, aai ai que lindinha está no filme. Lindinha no filme e só bonitinha na vida real, porém com um currículo carregado, só em 2010 participou de quatro filmes, sendo protagonista em dois deles. Os outros dois, foram nada mais nada menos que Fúria de Titãs e obviamente Príncipe de Pérsia.

Pessoalmente o filme me agradou em tudo, aliás, quase tudo, o final soou um pouco broxante. Nada que mude minha idéia. Acho que nem a sua, caso assistir, ou se já assistiu. Mas quem não está interessado, sinto muito informar, está perdendo um filmão. E se ainda me perguntarem se eu aconselho este filme, acho que não resta dúvida quanto a minha resposta. Mas pra falar a verdade, quem vai perguntar, além da minha mãe? ¬¬’ E olhe lá.

domingo, 8 de agosto de 2010

A Origem

Sair de um filme do Christopher Nolan é como sair de uma montanha-russa, você sai tonto, perdido e sem entender direito o que aconteceu, mas gostou e quer ir de novo, pra apreciar melhor o trajeto.

A Origem (Inception), assim como Batman-O Cavaleiro das Trevas e O Grande Truque (ambos do próprio Nolan) é assim. 

O filme que, no seu imenso clímax de quase quarenta minutos, chega a ter três núcleos narrativos simultâneos com os mesmos personagens tem potencial para dar um nó na cabeça de qualquer um, nele, Leonardo DiCaprio (ótimo, como sempre) interpreta um homem “especializado” em invadir mentes através dos sonhos e, então, extrair segredos. Mas as coisas mudam quando ele precisa fazer o seu trabalho derradeiro, inserir uma idéia na mente do herdeiro de uma mega corporação.

A partir daí ele recruta novos membros para sua equipe (entre eles Ellen Page, que continua com o ar insuportável da Juno e tem uma atuação bem mediana) e aprendemos junto com eles as “regras” desse jogo, que Nolan faz questão de deixar claras, mas isso não quer dizer que elas sejam simples.

O que confunde as pessoas no filme é justamente isso, não é a falta de explicação, todo o filme em si é organizado, muitíssimo bem organizado, mas ainda assim requer muita atenção, porque não deixa de ser complicado. É como se Nolan, no começo no filme explicasse que “a+b=c” e, uma hora depois, jogasse um “c” no meio do filme, se você prestou atenção na explicação anterior não vai sentir tanta dificuldade para assimilar o que está se passando. O problema é que o público é acostumado com coisas mastigadas, um outro diretor, subestimando os espectadores, colocaria um flashback, ou uma didática narração em off, explicando novamente que “a+b=c” e isso Nolan não faz, confia em seu público.

E o estúdio confia nele, afinal o filme custou 200 milhões de dólares, o que garante o primor nos efeitos especiais e nas cenas de ação, que são empolgantes e, junto com a trilha sonora que está sempre subindo não deixa o filme de duas horas e meia ficar maçante. O imediatismo criado pela trilha ajuda e muito nisso.

No fim das contas, A Origem fica muito acima da média, não é o marco revolucionário que alguns estão dizendo por aí, mas não deixa de ser um ótimo filme, pela sua originalidade, seu roteiro muitíssimo bem construido e cheio de reviravoltas inteligentes e as empolgantes cenas de ação, um típico filme do Nolan.

Mas, assim como em uma montanha-russa, alguns saem com vontade de vomitar e nunca mais pensam em pisar em uma, e esse é um risco que o diretor, felizmente, escolhe correr.

Afinal, prefiro uma montanha-russa que um um carrosel.