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quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Príncipe de Pérsia: The Sands of Time

Eu, como de praxe tenho uma tendência considerável de ao começar qualquer filme ou série, duvidar de sua capacidade de surpreender o público, principalmente a mim mesmo (quem já leu minhas “obras” sabem [entretanto, não acredito que haja alguém que aguente ler minhas opiniões]).

Mas mais uma vez fui surpreendido, muito bom. Realmente, eu gostei bastante do resultado final dessa incrível produção. Talvez neste caso, eu nem tenha duvidado tanto. Isso devido de eu já gostar do game, e ser um quase fã (nem sei como isso acontece).prince-of-persia-sands-of-time

Um pouco apagado, aliás, muito prejudicado pela SUPER/MEGA/HIPER pré-estréia mundial de Eclipse. O que chega ser até uma piada, de muito mal gosto por sinal. Deste jeito, Prince of Persia, originalmente, obteve um fracasso no fator bilheteria.

Obviamente, isso não interfere no enredo da aventura, dirigida por Mike Newell, que é muito bem bolada, assim como os efeitos especiais empolgantes, agilidade dos personagens apuradas, e uma fotografia ótima, evitando assim, aquelas cenas fakes, quando há escalagens onde quer que seja ou algo semelhante em filmes.

Jake Gyllenhaal que já vem me cativando, principalmente depois de Brothers, fez mais uma atuação ótima, na verdade quero dizer algo mais que ótimo, mas não excelente. Exibindo sua forma física, que parecia estar no auge, ou não, não sei, prefiro não acompanhar preparos físicos, muito menos beleza de atores. Deixo isso para as garotas, ou mesmo pro Henrique.

Na verdade quem me encanta é Gemma Arterton, aai ai que lindinha está no filme. Lindinha no filme e só bonitinha na vida real, porém com um currículo carregado, só em 2010 participou de quatro filmes, sendo protagonista em dois deles. Os outros dois, foram nada mais nada menos que Fúria de Titãs e obviamente Príncipe de Pérsia.

Pessoalmente o filme me agradou em tudo, aliás, quase tudo, o final soou um pouco broxante. Nada que mude minha idéia. Acho que nem a sua, caso assistir, ou se já assistiu. Mas quem não está interessado, sinto muito informar, está perdendo um filmão. E se ainda me perguntarem se eu aconselho este filme, acho que não resta dúvida quanto a minha resposta. Mas pra falar a verdade, quem vai perguntar, além da minha mãe? ¬¬’ E olhe lá.

domingo, 8 de agosto de 2010

A Origem

Sair de um filme do Christopher Nolan é como sair de uma montanha-russa, você sai tonto, perdido e sem entender direito o que aconteceu, mas gostou e quer ir de novo, pra apreciar melhor o trajeto.

A Origem (Inception), assim como Batman-O Cavaleiro das Trevas e O Grande Truque (ambos do próprio Nolan) é assim. 

O filme que, no seu imenso clímax de quase quarenta minutos, chega a ter três núcleos narrativos simultâneos com os mesmos personagens tem potencial para dar um nó na cabeça de qualquer um, nele, Leonardo DiCaprio (ótimo, como sempre) interpreta um homem “especializado” em invadir mentes através dos sonhos e, então, extrair segredos. Mas as coisas mudam quando ele precisa fazer o seu trabalho derradeiro, inserir uma idéia na mente do herdeiro de uma mega corporação.

A partir daí ele recruta novos membros para sua equipe (entre eles Ellen Page, que continua com o ar insuportável da Juno e tem uma atuação bem mediana) e aprendemos junto com eles as “regras” desse jogo, que Nolan faz questão de deixar claras, mas isso não quer dizer que elas sejam simples.

O que confunde as pessoas no filme é justamente isso, não é a falta de explicação, todo o filme em si é organizado, muitíssimo bem organizado, mas ainda assim requer muita atenção, porque não deixa de ser complicado. É como se Nolan, no começo no filme explicasse que “a+b=c” e, uma hora depois, jogasse um “c” no meio do filme, se você prestou atenção na explicação anterior não vai sentir tanta dificuldade para assimilar o que está se passando. O problema é que o público é acostumado com coisas mastigadas, um outro diretor, subestimando os espectadores, colocaria um flashback, ou uma didática narração em off, explicando novamente que “a+b=c” e isso Nolan não faz, confia em seu público.

E o estúdio confia nele, afinal o filme custou 200 milhões de dólares, o que garante o primor nos efeitos especiais e nas cenas de ação, que são empolgantes e, junto com a trilha sonora que está sempre subindo não deixa o filme de duas horas e meia ficar maçante. O imediatismo criado pela trilha ajuda e muito nisso.

No fim das contas, A Origem fica muito acima da média, não é o marco revolucionário que alguns estão dizendo por aí, mas não deixa de ser um ótimo filme, pela sua originalidade, seu roteiro muitíssimo bem construido e cheio de reviravoltas inteligentes e as empolgantes cenas de ação, um típico filme do Nolan.

Mas, assim como em uma montanha-russa, alguns saem com vontade de vomitar e nunca mais pensam em pisar em uma, e esse é um risco que o diretor, felizmente, escolhe correr.

Afinal, prefiro uma montanha-russa que um um carrosel.

sexta-feira, 30 de julho de 2010

E então veio Lola

Escrito por Ellen Seidler e Megan Siler o longa trás uma versão lés do filme alemão de 1998 “Corra, Lola. Corra!”.

O título original do filme “And Then Came Lola”  AndThenCameLola2 com estréia em 2009, conta um dia, logicamente, de Lola. Uma fotógrafa lésbica, interpretada por Ashleigh Sumner, que tem um sério problema com horários, e sofre pra ser pontual, principalmente em curtos períodos. E o conflito da história, acaba sendo a dificuldade que tem para conseguir entregar um envelope para sua namorada à tempo. Assim fica em jogo a sua vida amorosa e a vida profissional de sua namorada.

O filme tem praticamente só mulheres, e mulheres lésbicas. Até a policial que apreende seu carro é. Afinal, o tanto de homens que aparece, da pra contar nos dedos, por cima contei 5, sendo que dois deles eram gays.

Lola tem 3 chances, o que também acontece no filme alemão, só que para acordar, atravessar toda a cidade e encontrar sua namorada, que está em uma “reunião” de trabalho, com outra mulher. Mas mesmo a história sendo contada tantas vezes, o filme não fica chato, e sempre seus acontecimentos são alterados, porém com o mesmo objetivo.

Os eventos são realizados com bastante música, uma das coisas mais legais do filme é a trilha sonora, que também é feminina. São músicas bem atuais que expressam e acompanham muito bem os fatos.

Outro fator bem interessante e legal do filme, são as animações. Em alguns momentos do filme, Lola toma a forma de desenho, e por poucos minutos cria algumas situações, que por sinal muito bem feitas. lola_cast_web

É bem isso, eu gostei bastante. Poderia até te-lo encaixado na sessão de recomendações, mas não achei conveniente. E apesar de ter gostado, no começo achei que seria um filme chato, rolou um certo preconceito sim, mas no desenrolar da história mudei de idéia, e com razão. O que foi bem rápido. Afinal, o filme tem apenas 71 minutos.

domingo, 25 de julho de 2010

Pipocast Number one.

Se deliciem com vozes másculas e sedutoras. Encantando a qualquer um com comentários esdrúxulos sobre filmes, música e Tv.

Participação Especial:

  • Ulisses, o Homem da voz sexy
  • Japoneis, mais conhecido como Leandro

Trilha Sonora:

  • Steady As She Goes – The Raconteurs
  • Insensatez, a mulher que faz – Graveola e o Lixo Polifônico
  • Deixa Fude – Cachorro Grande
  • Coracion – Banda Gentileza

terça-feira, 6 de julho de 2010

Quem Avisa…Corrida Mortal

Quem avisa…Amigo é. Essa nova sessão do blog é exatamente isso, eu e o Fabrício, como bons amigos, lhe avisaremos, “salvaremos” de algo que é realmente ruim.

Corrida Mortal (Death Race, 2008) é um belo exemplo disso, aliás, mais que tudo, é um belo exemplo de potencial desperdiçado.

Você pode achar o que for, mas, para mim, um filme que tem condenados a prisão perpétua correndo até a morte em carros munidos de metralhadoras e mísseis com mulheres em slow-motion como navegadoras é algo muito interessante, afinal, cinema não precisa ser pura arte, nenhum filme tem a obrigação de ser a oitava maravilha do mundo, muito menos um com carros cheios de metralhadoras.

Além disso, quando vi que o papel principal era interpretado por Jason Statham fiquei ainda mais animado. O ator ganhou todo o meu respeito no quesito “filmes de ação” depois de Adrenalina, que é ação pura e sem vergonha. Desde a primeira, genial e mais calma cena do filme, toda em “primeira pessoa” até a última, rápida, seca, de fazer qualquer um soltar um palavrão. Adrenalina é um belo exemplo de filme de ação.

Corrida Mortal, não

A primeira cena do filme tinha tudo pra ser genial também, mas é estragada pelo seu maior defeito, e infelizmente não o único, parece que o diretor Paul W.S. Anderson e seu parceiro na fotografia Scott Kevan simplesmente não sabem filmar cenas de ação envolvendo carros e tiros e explosões e tudo o mais.

Pior, parece que aprenderam, do pior jeito, com Michael Bay. Simplesmente não dá pra entender direito o que está acontecendo. Panorâmica da pista, close no piloto, close na metralhadora, close na roda, explosão, close no piloto, derrapagem, corta para outra panorâmica, frase de efeito com close nos lábios do piloto, explosão, close no míssil. Tudo isso em quinze segundos, chega a dar tontura.

E isso se repete em absolutamente todas as cenas de ação do filme, única delas que merece destaque é justamente uma que não tem carros. Pelo menos não em movimento, quando Jensen Ames, o protagonista interpretado pelo carísmatico Jason espanca alguns caras em uma oficina.

Mas, como disse, as cenas de ação, absurdamente pirotécnicas e nada empolgantes, não são o único defeito do filme. Certas vezes ele beira o risível, um exemplo disso é quando, do nada, um ninja aparece na cozinha do protagonista. UM NINJA! Quer dizer, um cara vestido de ninja, que não age como ninja, esse é o problema.

O roteiro também é fraquíssimo, Adrenalina quase não tem roteiro, mas a graça do filme é essa, aliás, a alma do filme está aí, é tudo tão rápido e desesperador que nem da tempo para pensar em coisas como…roteiro! Mas Corrida Mortal em momento algum se propõe a isso, muito pelo contrário, tenta aprofundar os personagens de maneira nada convincente.

Em certo momento do filme ele nos dá um flashback patético, para dizer algo que estava óbvio até para quem estava dormindo o filme inteiro (o que nem era difícil, a julgar pela empolgação das cenas de ação), subestimando o expectador de maneira escancarada. Mas isso até é perdoável, quase todos os filmes de Hollywood fazem isso, pra ninguém terminar o filme dizendo que entendeu nada, o que não é perdoável é a redenção praticamente instantânea de um personagem e uma reviravolta totalmente absurda no final.

O grande destaque do filme fica para a fofura da bebê que interpreta a filha do protagonista.

E quando o maior mérito de um filme que tem condenados a prisão perpétua correndo até a morte em carros munidos de metralhadoras e mísseis com mulheres em slow-motion como navegadoras é um bebê, é porque tem algo muito, mas muito errado com esse filme.

sexta-feira, 25 de junho de 2010

Educação

É, podemos adimitir que educação não está muito na moda ultimamente. Pessoas arrogantes e maus caracteres estão tomando conta do mundo. Podemos ver que esse tipo de educação não está sendo tão valorizada pelos pais, como antigamente, e com isso só temos a perder.

Porém falando de Educação o filme, An Education originalmente, poster_an_education não é essa idéia que eles passam. Aliás, o que transmitem no final, é o óbvio. Mas não vou falar aqui –espero-, até porque é óbvio, e essa sim, nossos pais vivem falando.

Uma histórinha meio boba, meio sei lá. É um filme bem feminino, antes de começar a assistir eu nem sabia, mas depois que comecei, me decepcinei. Conta um pedaço da vida de uma garota inglesa, a Jenny, uma violoncelista, muito estudiosa, que tem alguns sonhos em sua vida. Tudo normal.

Um dos seus sonhos é estudar letras, mais especificamente, latim, na universidade de artes de Oxford. Só que mesmo sendo uma excelente aluna, sofre muita pressão de seus pais, pois tem um pouco de dificuldade em inglês.

Mas também a história não é só isso. Seu outro sonho é conhecer Paris (meu também). Entretando não pode, porque tem apenas 16 anos, e seus pais não são ricos o suficiente para um passeio desses.

Também no começo do filme, surge um cara que vai mudar essa história. David é rico, de boa aparência e muito carismático, logo conquistou a garota e seus pais. Apesar Jenny ser muito nova, seus pais acabam confiando no rapaz, que com algumas mentirinhas bobas, sabidas pela menina, conseguia a levar para passeios e tudo mais.

Jenny já se sentia apaixonada. E mesmo sabendo do trabalho sujo do moço, deixou um pouco de lado a vida de estudiosa, para viver uma aventura, que também fora incentivada pelos seus pais.

E assim se desenrola, com alguns pequenos conflitos, opiniões externas, sentimento fortes, música francesa, e cigarro, muito cigarro.

Sinceramente o que mais me supreendeu no filme, não faz parte da história, foi simplesmente a indicação para o Oscar. Não achei que merecesse. Sim, nem mesmo a indicação. Mas também, a atriz fez um papel muito bom, mesmo sendo apenas uma adolescente. Só não acho que foi uma atuação excelente. Apesar disso ainda creio que comentaremos aqui, muitos filmes dela ainda. Tem um futuro promissor.

Ah! Já ia me esquecendo. O nome dela é Carey Mulligan.

Enfim, se fosse para eu dar nota, esse longa não alcançaria muito coisa comigo não, mas para ser sincero, mais uma vez, quem sou eu, né!

terça-feira, 1 de junho de 2010

Obrigado por Fumar

É engraçado que, antes mesmo de assistir Obrigado por Fumar (Thank you for smoking, do longínquo 2005) eu pensava em escrever sobre ele aqui na sessão de Recomendações.

Sabe-se lá porque, eu imaginava que fosse gostar do filme, mesmo detestando com todas as minhas forças o trabalho mais famoso do diretor Jason Reitman, Juno.

Mas não foi bem isso que aconteceu.

O filme, leve e um tanto descompromissado, narra a história de Nick Naylor (brilhantemente interpretado por Aaron Eckhart) que é um contratado da indústria de cigarros para, justamente, defendê-los. Indo a programas de televisão, e bolando estratégias para conseguir, no mundo atual dominado pela geração saúde e pelo politicamente correto, introduzir o desejo de fumar nas pessoas. Por conta do emprego ele é mal visto pela sociedade em geral, pelo filho e por todo mundo que ele não tenha a oportunidade de conversar.

Afinal, se o filme tem um trunfo, ele está aí, Nick Naylor é um personagem sensacional, cínico até o último fio de cabelo, seria capaz de convencer o Diabo a dar dízimos a igreja. Mas, embora o filme tenha algumas boas e ácidas piadas, e um protagonista carismático, fica a impressão de que falta algo, por isso ele não entrou na sessão de Recomendações.

E talvez, o sentimento seja mais de decepção do que qualquer outra coisa, o filme em si não é ruim, mas a idéia promete muito mais. Nick poderia passar por muitas outras situações divertidas e interessantes, onde então, o ótimo personagem seria melhor aproveitado, mas infelizmente não é isso que acontece, afinal, a força do filme está toda em Nick.

O roteiro parece um pouco apressado, a discussão é ótima, mas mal aproveitada. No fim das contas, Obrigado por Fumar (onde, incrivelmente, ninguém fuma) vale pela diversão e pelo tom crítico e sarcástico das piadas, mas poderia ser muito mais.

***

Em breve, um super novidade aqui no blog, eu e o Fabrício estamos preparando um podcast super divertido e emocionante com muita música boa e, sei lá, convidados legais. Nada famosos, mas legais , você não perde por esperar.

E eu definitivamente não sei fazer propagandas.

Ah, e siga-nos no twitter também, porque é tão desanimador ter apenas dezesseis seguidores naquilo…

quarta-feira, 19 de maio de 2010

A Hora do Pesadelo

No twitter praticamente falido deste blog praticamente falido, eu certa vez disse: ”só de pensar que vem um novo filme do Freddy Krueger por aí e ngm liga eu fico triste.” Porque, afinal, ninguém demonstrava estar ansioso mesmo, estamos em tempos de Alice e Homem de Ferro, que força o pobre Freddy teria?

Povavelmente a mesma força do filme em si. Nenhuma.

Não sei você, mas eu sempre gostei de histórias de terror, não precisam ser bem contadas, podem até ter aquele roteiro batido: “família muda para cidade/casa bizarra e então eventos bizarros acontecem para que enfim um membro da familia vire um detetive DO NADA e desvende todo o mistério”. Sinceramente, pra mim não tem problema, penso que o legal de um filme de terror é se divertir. Isso mesmo, se divertir. Passar medo, levar sustos, ficar aflito e rir de nervoso, pode parecer sádico, mas é divertido.

Sendo assim, a minha expectativa para esse novo A Hora do Pesadelo (A Nightmare on Elm Street) era grande. Porque se filmes de terror normais já são legais, um com o Freddy Krueger interpretado por Jackie Earle Haley, o Rorschach do maravilhoso, estupendo, lindo e fabuloso Watchmen, seria ainda mais legal. Porque filmes de terror são feitos para serem legais. Ao menos é assim que eu os vejo.

E nem isso o novo A Hora do Pesadelo consegue. Sem nenhum ritmo, os personagens aparecem na tela sem absolutamente nenhum desenvolvimento para, dali duas cenas serem mortos por um Freddy que definitivamente não sabe mais o que faz. É ainda mais sádico dizer isso, mas as mortes não tem graça, isso sem falar que, se os personagens não são bem desenvolvidos, nós não ficamos aflitos com suas mortes, não ocorre identificação, e para quem assiste só resta torcer para que a personagem morra logo e alguns litros de sangue sejam derramados.

Isso, é claro, sem criar um mínimo de tensão, acho que até alguns episódios de Scooby-Doo causam mais medo que esse filme. As cenas “de terror” são rápidas e sem sal, restam alguns gritos, lágrimas e sangue. Mais nada.

Freddy Krueger mata nos sonhos, e, ironicamente, tudo que consegue causar com seu novo filme é sono.

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Amor sem escalas

Viajar e viajar, embarcar em um avião e ir para longe, de lá pegar outro avião e ir para mais longe ainda, assim, continuar por muito, muito tempo. Logo de cara, da para perceber que esse é um dos meus maiores sonhos.

Em base, Amor sem escala (Up in the air) começa mais ou menos assim. A diferença que George Clooney faz o papel de um cara que viaja por trabalho. E sua função é demitir funcionários de empresas em que o próprio chefe não consegue fazer, ou mesmo não tem coragem.

Esse cara é chamado de Ryan Bingham, sua rotina é bem diferente da nossa, por sinal, a adora e considera simplesmente o aeroporto a sua casa. É um cara muito solitário, mas usa isso como uma coisa boa, diferente de muita gente, não pensa, sequer um instante, em casamento, e diz que não há necessidade alguma.

Porém, se relaciona com uma mulher, que mudará muito seu modo de pensar e agir. Ela aparentemente vive uma vida igual a dele, e não vê vantagens num relacionamento mais casual, com isso vivem sem compromisso, e somente se encontram quando há coincidência em suas viagens. Sendo assim, inicialmente favorece os dois lados.

O conflito começa quando uma recém contratada da empresa onde trabalha, sugere que para haver uma economia e avanço no negócio, o sistema terá que ser mudado, onde a tecnolgia será implantada, sendo assim, utilizaram a internet e uma comunicação ao vivo de audio e video, ou seja, uma webcam para demitirem as pessoas.

Demissão ja é uma barra, pessoas se irritam, se revoltam, outras não levam a sério e algumas até se suicidam. Agora, imagine você, trabalhando numa empresa a décadas, e depois de muitas horas de estresse dedicadas a ela, aparece uma pessoa que você nem conhece, na tela de seu computador, e diz que você esta demitido. É complicado ou não?

É isso que Ryan tenta dizer. Além é claro, que iria perder sua rotina, talvez esse seja seu maior medo. Então, ganha uma nova chance, porém, tem que levar a moça recém chegada, e a sua missão agora é mostrar pra ela o quão difícil é demitir.

Além de muitas demissões, o que o filme passa pra nós, é que há sempre uma nova chance, mas nem sempre é uma chance no que já fazemos, é “simplesmente” uma chance para mudarmos nossa vida, resgatarmos um sonho talvez já esquecido, termos uma perspectiva melhor da vida, olharmos diante do espelho e nos perguntamos: “É isso o que eu realmente mereço?”, “É isso o que eu realmente preciso?”, “É isso o que eu realmente gosto?”.

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Legião

Mal começou e já acabou, foi essa a impressão que tive após assistir o filme. Não que seja tão curto assim, afinal Legião (Legion) tem 104 minutos.

Mas sabe aqueles filmes, que o suspense e a aflição comandam desde o primeiro minuto? Pois é, esse é assim.

Uma história maluca, com cenas, definitivamente,  inesperadas. A que mais me chamou a atenção foi a seguinte, imagine só, uma velhinha de uns 70/80 anos chega a uma lanchonete no meio do deserto dirigindo um carro, estilo Cadillac. Descendo do carro, filmada com aquele ângulo clássico onde aparecem primeiramente os pés, usando um andador, entra no estabelecimento, com a carinha mais simpática do mundo, e ja se relaciona com todos do local. Até que se transforma, e voa com dentes afiados no pescoço de um homem, logo em seguida leva uma panelada na cabeça, e olhe que não foi uma simples panelada, ela cai, mas se levanta apenas com um corte. Agora o mais sinistro, essa mesma velhinha sai correndo, pulando as mesas sobe na parede, e perambula pelo teto. Na hora não sabia se ria, ou se ficava assustado. E isso foi ainda no começo do filme.

Paul Bettany vive o anjo Miguel, que no filme se rebelou contra Deus, na tentativa de evitar a destruição da humanidade, isso mesmo, na história Deus perde a fé nos homens, e manda milhares de anjos que transformam pessoas comuns em zumbis para o nosso extermínio, um deles é o anjo Gabriel interpretado por Kevin Durand, porém a missão dele é outra. 

O filme se assemelha com um filme de zumbis qualquer, onde pessoas as infectadas e correm atrás do resto. O diferente, é que nesse filme existem vários tipos de pessoas zumbis, desde aquela velhinha até criancinhas inocentes e meiguinhas, além disso, os zumbis dirigem, pensam e armam truques.

Outro fato interessante é que os anjos não são como de costume, asas branquinhas, fofinhos e cabelos cacheados. Aqui eles são munidos de facas e armamento de aço, sem contar suas armaduras e asas que também são de aço.

Legião também não conta somente a história de anjos e zumbis, há um relacionamento familiar e um momentâneo que é criado dentro da lanchonete. Basicamente, existe uma nova “Virgem Maria”, que carrega no ventre uma criança, cujo seu destino ainda não está escrito, e essa criança é a nossa única salvação. Este é o motivo do Anjo Miguel estar protegendo-a.

Um filme muito legal pra assistir, como já disse, passa num piscar de olhos, e facilmente você estará apreensivo com o que irá acontecer, creio eu. Basta ter uma mente aberta, e não levar em conta a heresia -ou não- que o filme trás.

sexta-feira, 30 de abril de 2010

500 Dias com Ela

Comédias românticas são, em sua maioria, todas iguais.

O casal se conhece, briga, e no final quando um deles está indo embora para a Mugâmbia Setentrional, se arrependem, fazem juras de amor eterno e vivem felizes para sempre.

500 Dias com Ela (500 Days of Summer, no ótimo título que só faz sentido em inglês) não é assim, o filme narra à história de Tom (Joseph Gordon-Levitt), um arquiteto que escreve cartões para datas especiais, presentes e afins, que conhece no escritório onde trabalha a bela, charmosa, simpática e, por vezes insuportável Summer (Zooey Deschanel) iniciando, obviamente, um relacionamento conturbado. Sei que falando assim, o filme parece mais do mesmo, o que nem é de todo ruim para uma parcela do público, mas o que é péssimo para o resto do mundo. Felizmente, 500 Dias com Ela é feito para agradar a gregos e troianos, ao menos nesse quesito.

Aliás, definir 500 Dias com Ela como “comédia romântica” a meu  ver, pode ser um erro, o filme que trata essencialmente de amor tem um humor refinado, não é o tipo de filme que te faz gargalhar, mas te deixa com um sorriso, por vezes agridoce, no rosto. Beira mais a tragicomédia do que a comédia romântica. A maior parte da graça do filme não está no casal em si, e sim no que o relacionamento causa a cada um deles, isoladamente.

Contado de maneira não-linear, e embalado por uma trilha sonora inspiradíssima que casa perfeitamente com o clima indie do filme rendendo até alguns “clipes” isolados e ótimos das mesmas músicas, 5oo Dias com Ela mexe profundamente com quem o assiste.

Seja porque você nunca entende direito o que está acontecendo, a primeira vista, a cena na loja de discos parece uma coisa, depois outra e, enfim, descobrimos do que se trata. O filme do diretor Mark Webb brinca com isso a todo momento.

Ou talvez ficamos abalados ao assistir o filme porque, de uma maneira ou de outra, é praticamente impossível não se identificar com um dos personagens principais. Summer é aquela mulher independente, tem medo do amor, foge dele, e não aceita muito bem o fato de ser amada, Tom mostra-se exatamente o contrário, mergulha de cabeça na relação e, conseqüentemente, sofre mais.

Analisando 500 Dias com Ela vemos que tanto Tom, quanto Summer tiveram um papel essencial na vida um do outro nesses quinhentos dias, ela o ensinou a ser mais confiante, e ele mostrou a ela aquilo que o filme quer mostrar a todo mundo que o assiste. É como se o filme fosse Tom, e o espectador, Summer. E a lição que aprendemos junto com ela é a mais valiosa possível:

O amor vale sim à pena! Assim como 500 Dias com Ela.

terça-feira, 27 de abril de 2010

Coração Louco

O que dizer no meu primeiro post sobre filmes? Levei uma sorte danada de ter escolhido um filme fácil, não que os outros não sejam, mas a gente se sente melhor quando faz algo que gosta, sobre o que gosta.

E sem enrolação, Coração Louco (Crazy Heart), é um filme muito bom e gostoso de assistir, ou seja, eu gostei. Talvez, não pelo roteiro, que é bastante triste, objetivo do autor, e sim pela trilha sonora, aposto que vai perceber que eu e o Henrique nos encantamos facilmente, ou não, com a musicalidade dos filmes, enfim, o drama se desenvolve com muito country, e country do bom!

Jeff Bridges vive um cantor fracassado, viciado, com sérios problemas de saúde e financeiro, chamado Bad Blake, que já foi um grande nome da música, mas ultimamente não passa por bons momentos. O ator foi muito feliz em ser chamado para o cargo, onde demonstrou sentimentos a flor da pele, um papel um tanto complicado, mas que se for bem representado, certamente irá ser recompensado. E não foi diferente, Jeff Bridges é hoje o melhor ator, ganhador do Oscar e do Globo de Ouro 2010.

Scott Cooper (diretor) explorou o máximo que pode de Jeff, que no filme não foi “apenas” um ator, mas também um cantor, por sinal, de alta qualidade. Com uma voz marcante e sotaque sulista, Blake demonstra o porque de já ter alcançado o sucesso, embora não muito reconhecido pela nova geração da música country.

Entretanto, logo no começo do filme eu me per guntava, será que o filme inteiro vai ser assim, tristão? Nenhum romancezinho? Nenhuma paixão? Mas, sem muita demora, fui respondido, e sim, o filme tem um romance. Maggie Gyllenhaal indicada ao Oscar de melhor atriz coadjuvante, interpreta Jean Craddok uma jornalista local, de uma pequena cidade, mãe solteira de um filho de 4 anos, e em uma de suas primeiras entrevistas com um artista famoso, ela se apaixona, por - óbvio - nada mais, nada menos, que Bad Blake. Todavia, que um romance, seja regado de pegações e sexo, o drama trás um amor mais light, que por parte do cantor, é enxergado de forma diferente, tratando-se de uma família, já que se envolve diretamente e emocionalmente com o pequeno Buddy (Jack Nation).

Crazy Heart também é detentor de mais um Oscar 2010, o de Melhor Canção Original com The Weary Kind.

Então está aí, se você curte um drama, que tem como base a música, Coração Louco é uma ótima pedida.

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