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Fabrício Clariano:
Eu não sei o que você pensa de alguém que chega na tua casa, e instala um milhão de programas no seu computador em uma noite de sábado para assistir um jogo de baseball.
Isso mesmo, baseball. Alguém assiste baseball no Brasil? Só o Fabrício. E acho que nem ele mais se interessa por aquilo.
 Fabrício é aquele cara que passa o dia em casa fantasiado de náufrago e baixando música compulsivamente. Ele entrou da maneira mais homossexual possível na formatura, ao som de Jeito Moleque, mas não se assuste se algum dia você chegar na casa dele, e o pegar ouvindo Jimi Hendrix.
Mas o pior, é que ele não gostou do Jimi Hendrix.
Pra quem vai a qualquer show sertanejo da cidade, chega a ser assustador quando ele comenta contigo que ouviu uma tal de Black Rain, do Ozzy Osbourne e que a música é “muito loca”.
Mas isso pode ser explicado por certa queda dele por rockstar’s. E é triste não poder contar essa história aqui, porque ela deixaria ultra explícito quem é esse tal de Fabrício.
Se não ficou claro, o Fabrício é um cara eclético. Em tudo. Certa vez ele me disse que pensava ser gay, porque um cara lá do Lost era muito lindo. Mais eclético que isso impossível.
Além disso, ele tem sérios traumas de infância. Provavelmente criado na selva, ou em uma mina de carvão no Pará onde era escravo, ele acha que o seu irmão, o adorável e inocente Guilherme é o culpado de tudo. TUDO.
Portanto, se um dia você estiver na casa do Fabrício, e o irmão dele aparecer, não se assuste se ele pegar o Guilherme e jogá-lo na pia com a violência necessária para fazer o nariz da pobre criança inocente sangrar. O Guilherme é culpado, nem adianta esquentar a cabeça com isso.
Além disso, o Fabrício é a única pessoa com quem você pode sentar em um bar repleto de rockeiros tr00 que o destruiriam se soubessem que ele parou de escutar Jimi Hendrix para ouvir Araketu, e conversar sobre... Arroz. Isso mesmo, trocar receitas e truques, ver a cara dele dizendo que “ficou uma delícia cara, soltinho” e fazendo gestos com as mãos, a fim de demonstrar a consistência do arroz é impagável.
Ele completou dezoito anos nesse dia aí do arroz. Mas sua mente parou de evoluir logo após ele se libertar da mina de carvão. Não era difícil ele começar a dançar no meio da aula, atrás da professora, com as mãos na cabeça ao som de uma música imaginária.
Ainda assim, por mais que ele goste de pagode e seja a maior bicha heterossexual do mundo, vale a pena ser amigo do Fabrício. Quanto a isso, não restam dúvidas.
Porque se ele lotar o seu computador com programas bizarros e obscuros para assistir um jogo de baseball, ele poderia muito bem entrar na frente de alguém enfurecido para te matar enquanto você fica deitado no sofá com um misto de cara de bosta e medo. Não há dúvidas quanto a isso também.
E perto dessa amizade, uns programas desgraçados que você nunca conseguirá desinstalar, e uma viadagem enrustida é nada.  

Henrique Miné: 
Início de 2007, consequentemente início das aulas, estava eu (Fabricio Clariano) em uma sala com um pouco mais que 60 alunos, quando inesperadamente, um garoto meio estranho, magrelo, alto, branco com um ninho em sua cabeça (obviamente , era o Henrique) veio até mim com o intuito de formar uma nova amizade, apesar de obrigado pela sua irmã. Eu, meio com o pé atrás, comecei a conversar com ele, e vi que ali dentro daquele chassi de grilo, daquele corpo raquítico e sua cara feia, como se já tivesse pegado fogo e fora apagado com pauladas de bastão de beisebol cheio de pregos, poderia surgir uma amizade. Assim começou nossa comédia.
Um conto baseado em muitas gargalhadas já se completa 3 anos, pouco tempo pra sermos tão amigos assim, uma amizade que nunca sequer passou por uma crise de mais de 10 minutos, e falar desse babaca não é difícil pra mim, se juntarmos um punhado de palavras dissimuladas descreveremos o Cabelo com precisão. Cabelo, Cotonete, Urubu da Morte, Henriketa, são alguns dos apelidos do meu querido irmão Henrique.
Embora tenha que fazer uma apresentação do meu amigo, vou ter que mentir um pouco, porque como disse, se for contar a verdade, terei que juntar um bocado de palavras de baixo calão, e o texto não ficara bom, então vou ser legal com ele, mesmo não merecendo.
Um cara diferente, um cara que aprecio muito, tem seu charme, bem pouco, pouquíssimo, eu sou mais bonito e charmoso que ele, bem mais, sem comparação, mas não estamos falando de mim. Tem também uma personalidade forte, uma aparência estonteantemente horrível, um bom gosto, um estilo estranho, uma mente de gênio, uma mente de dar inveja, com idéias brilhantes e inovadoras, um cérebro lesado que as vezes faz com que Henrique caia no meu conceito, principalmente quando inventa de contar piadas, suas piadas, sinceramente são um lixo. Porém tem uma facilidade incrível para escrever textos incríveis, como poucos, textos que merecem mais, muito mais, do que ser simplesmente representados por pseudo-atores do colegial. Ele tem uma caligrafia nojenta, roupas estranhas, cabelo ruim, porém é engraçado, é um comediante de primeira, mas um romântico de quinta.
Henriketa e eu combinamos em uma coisa, opiniões sobre filmes, sempre que assistimos chegamos a conclusões parecidas, isso, ao fato de eu ter um excelentíssimo bom gosto, e ele uma boa noção em assimilar-se a mim.
Com idéias fúteis, e tempo livre, Henrique escreverá aqui sempre que der na telha, e é com orgulho que eu deixo aqui, apresentado, um Pipoca de Microondas.

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